O marketing digital está bastante presente nos debates corporativos recentes, especialmente quando o tema central é estratégia de crescimento. Segundo a Pesquisa Maturidade do Marketing Digital e Vendas no Brasil, iniciativa que reuniu atores da área como Resultados Digitais, Mundo do Marketing, Rock Content e Vendas B2B, 94% das empresas entrevistadas escolhem o marketing digital como meio para ganhar espaço no mercado, enquanto somente 5,5% delas optam por divulgar as suas marcas através de ações de publicidade tradicional e eventos.
Se a disseminação das estratégias de marketing digital parece consolidada, o estudo mostra a necessidade de avançar no uso das mais diferentes ferramentas para atingir melhores resultados, já que 67% das organizações consideram que suas estratégias de marketing digital são eficientes, mas 62% delas reconhecem que há pontos a serem aprimorados. Além disso, 32,5% dos negócios acreditam que suas estratégias online não são nada eficientes.
Os resultados do levantamento vêm ao encontro do que observa Liliane Ferrari, consultora de marketing com quem conversamos para este post. “De um modo geral, vemos uma falta de conhecimento dessas tecnologias e de como usá-las de uma melhor forma. Isso impacta os negócios, porque elas nos permitem ter uma gama de dados que ajudam a tomar decisões mais assertivas. Esse desconhecimento faz com que trabalhemos da mesma forma como fazíamos no passado, sem métricas e demais apoios para uma melhor gestão”, analisa.
Seja para análise de dados, CRM, e-mail marketing, gestão de projetos, anúncios ou SEO, opções de soluções para os mais diferentes objetivos que as marcas pretendem atingir por meio do digital é o que não faltam, sendo muitas delas gratuitas. Porém, além de ver a necessidade de profissionais das empresas terem mais familiaridade com o uso dessas soluções, a consultora de marketing observa outra dificuldade recorrente no meio, que é a resistência de pagar pelas ferramentas de marketing digital.
“Temos ferramentas gratuitas que entregam coisas maravilhosas, mas ainda vejo marcas relutando em pagar por soluções mais completas onde conseguirá fazer, por exemplo, não somente o monitoramento de palavras, mas detectar quem são os influenciadores, os formadores de opinião que puxam debates importante para elas”, pontua.
Outro alerta da especialista é sobre a importância de estar ciente de que, embora essas soluções estejam cada vez mais completas e avançadas, apenas obtê-las não é o suficiente para obter resultados satisfatórios. “Se adquirir, por exemplo, uma ferramenta de automação de marketing para conseguir conversar com os clientes até a conversão, será preciso criar conteúdos. Para isso, é preciso entender muito bem com quem você quer falar, qual a sua jornada e objeções. As ferramentas ajudam a disseminar, mas não fazem tudo sozinhas. É preciso estarem acompanhadas de um pensamento criativo”, defende.
Com este tanto de tecnologia, dados, bots e ferramentas de automação sendo incorporados no marketing das empresas, a comunicação com os clientes estaria cada vez menos humanizada? Para Liliane, a resposta é não. Na visão da especialista, o que ocorre é justamente o contrário. As tecnologias – quando bem utilizadas – são capazes de contribuir para humanizar os processos de conexão com os usuários.
“Sou uma pessoa entusiasta dessa humanização. O senso comum, normalmente, pensa que a humanização é ter uma pessoa atendendo você quando, na verdade, uma empresa centrada em pessoas é aquela capaz de entregar uma experiência positiva para o maior número de clientes possível. E isso só a tecnologia é capaz de fazer”, declara.
Ela cita duas experiências pessoais que exemplificam o seu ponto. Em uma delas, resolveu o problema de um cartão que havia sido furtado com apenas três palavras em uma conversa de chatbot. Em outra ocasião, ficou cerca de 15 minutos esperando um atendente responder a sua ligação para resolver questões envolvendo uma passagem aérea. “Quando abordamos as ferramentas, as pessoas que falam sobre marketing humanizado costumam relutar, mas acredito que é a automação que vai ajudar a escalar uma boa experiência do consumidor”, conclui.
Liliane destaca também o fato das ferramentas de marketing elucidar se as percepções que as marcas costumam ter sobre o seu negócio estão corretas. Como exemplo, cita uma marca de moda que, ao acessar uma ferramenta de analytics, pôde observar uma grande procura de homens, embora a fabricação de vestuário para esse público representasse somente cerca de 20% do total.
“Acho legal observar esse caso porque mostra como os dados são reveladores. Sobre essa marca, estamos ainda pensando o que leva o masculino ser tão forte quando o carro-chefe dela é o feminino. Olhando os números não conseguimos ter uma resposta imediata, mas é possível abrir caminhos para novas ideias, como a de aumentar a fabricação para os homens ou melhorar a comunicação com esse público”, exemplifica.
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